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Existe stress positivo?

Antes de podermos mudar a forma como lidamos com o stress, temos de compreender o que é, de facto, o stress.

O stress é uma reação psicofisiológica (ou seja, tem uma componente mental e uma componente da nossa biologia, do nosso corpo) a algo. Esse algo é sempre um estímulo, um stressor, que, de alguma forma, é adverso a nós.

O stress acaba por ser uma resposta extremamente complexa que pode afetar diversos sistemas do nosso funcionamento e o equilíbrio que o nosso corpo procura constantemente atingir. Quando há um desajustamento entre o ambiente e nós mesmos (particularmente entre as exigências do nosso ambiente e as competências, necessidades ou recursos que temos), sentimos uma resposta de stress um pouco mais intensa ou mais diversificada.

Como é que diferenciamos o stress da ansiedade?

A linha que separa o stress da ansiedade consegue ser muito ténue. Ambos os conceitos têm uma sensação fisiológica associada muito semelhante. No entanto, a grande diferenciação é que a ansiedade refere-se a uma preocupação persistente e excessiva, isto é, desproporcional à realidade que é vivida e que, muitas das vezes, se reflete em alguma coisa que ainda não aconteceu mas que antecipamos que, de alguma forma, vai acontecer. Quando essa coisa fica resolvida e ficamos ansiosos com outra coisa qualquer que possa ainda vir, é ansiedade. A preocupação acaba por nunca desaparecer e não está refletida num stressor em concreto. Esta preocupação gera, também, estagnação: a nossa atenção está sempre a ser mobilizada para aquilo a que não conseguimos responder, que está fora do nosso controlo.

Já o stress, por sua vez, tem sempre algum tipo de estímulo a desenvolver e que não é obrigatoriamente externo. Estes estímulos também podem ser internos: algo que vem de nós, como uma sensação física desagradável ou um pensamento negativo.

Será que o stress pode ser positivo?

Eustress vs Distress

O eustress está relacionado com uma resposta positiva e motivadora que potencia o nosso funcionamento e o nosso rendimento em várias áreas das nossas vidas. É uma resposta de stress adaptativa a uma ameaça ou problema que nos permite focar a nossa energia no confronto e na solução do problema. Por norma, o eustress é algo a curto-prazo: um trabalho a entregar, uma tarefa a cumprir, algo que está estabelecido e que sabemos que, sendo terminado, nos irá deixar mais tranquilos. Ao sabermos que se fizermos as coisas a tempo e horas vamos conseguir libertar-nos da ameaça, há tendência a termos um boost extra para focarmos a nossa energia e tentarmos render o máximo possível. O eustress acaba por motivar-nos, melhorar o nosso desempenho e ajudar-nos a atingirmos os nossos objetivos e superarmos desafios.

Por outro lado, se há uma tendência para percecionar o evento stressor como sendo algo pouco controlável, antecipando que algo de mal irá acontecer, então também há tendência para sentirmos distress. Isto significa que existe um stress negativo, mais avassalador, que traz disfunções ao nosso funcionamento, ou seja, quando já é uma resposta demasiado frequente ou as circunstâncias da vida já se tornaram incontroláveis. No distress, a energia é desproporcional à situação: sentimos tudo de forma muito intensa, há uma antecipação dos resultados negativos, sentimos que é algo que poderá ter um grande impacto nas nossas vidas e que leva a um enorme desgaste psicológico.

A principal diferença entre o eustress e o distress é, portanto, a perceção que temos do stressor. Ao percecionarmos algo como sendo um desafio e não um problema, estamos, muito mais facilmente, a encarar a situação com a expectativa de um resultado positivo. No eustress, a nossa energia é utilizada como recurso para solucionar e é proporcional à situação vivenciada. Associam-se o otimismo, o entusiasmo, a esperança.

O nível de ativação do stress tende a aumentar a nossa produtividade. No entanto, há um ponto em que, mesmo que o stress aumente, a produtividade começa a diminuir. Então, é o ponto ótimo de stress que queremos atingir. Temos de encontrar a quantidade certa de stress que nos permite chegar ao equilíbrio.

O nosso grande objetivo é, portanto, conseguirmos fazer com que o distress que existe nas nossas vidas passe a eustress. Isto não significa que vamos eliminar o stress nem mesmo que com distress não possamos vir a obter resultados positivos face aos desafios. No entanto, atingindo resultados positivos com o distress, vamos ter uma degradação psicológica e física muito maior. Queremos, por isso, modificar o impacto e não os resultados, lidando muito melhor, de forma positiva, com o que estamos a sentir durante um período de tempo.

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