Os 4 ramos da Inteligência Emocional
A inteligência emocional permite raciocinar validamente com as emoções e a informação relacionada com elas, bem como usar essas emoções para melhorar o pensamento, resolvendo problemas e adaptando-nos de forma eficaz ao meio.
Assenta em 4 capacidades essenciais, que são dispostas num modelo hierárquico no qual, para se chegar às capacidades de maior complexidade, é necessário o domínio de todas as habilidades anteriores, as mais básicas.
Os 4 ramos da Inteligência Emocional
Do mais simples para o mais complexo, os 4 ramos da inteligência emocional passam por percecionar, usar, compreender e regular emoções. Passamos a explicar:
1. Percecionar emoções
Esta capacidade permite-nos identificar as nossas emoções através dos diferentes indicadores fisiológicos e comportamentais envolvidos, e expressá-las adequadamente, bem como identificar com exatidão as emoções de outras pessoas.
Para sabermos identificar uma emoção, temos de compreender as partes que a constituem e juntar a informação que cada uma dá numa só parte. Estas componentes são:
- Sensação física – O que é que estou a sentir no meu corpo?
- Crenças/Pensamentos – O que é que estou a pensar que me faz sentir assim?
- Comportamento – Como é que eu reajo ou respondo em relação a esta emoção?
- Tendência interpessoal – Como é que esta emoção me faz interagir com as outras pessoas?
Um segundo aspeto essencial para conseguirmos identificar corretamente as nossas emoções é sabermos rotulá-las. Muitas vezes, temos dificuldade em nomear o que estamos a sentir e acabamos por usar termos mais gerais como “bem/mal” para definir as nossas emoções. Temos de ser capazes de construir experiências emocionais mais específicas, tendo em conta a variabilidade de expressões emocionais que podem existir dentro de uma emoção mais geral – em vez de dizermos que estamos “bem”, podemos dizer que estamos felizes, contentes, entusiasmados, relaxados, etc. Resumidamente, aumentarmos a nossa literacia emocional ajuda-nos a identificar e expressar melhor o que sentimos.
2. Usar emoções
Consiste em usar todas as emoções como facilitadoras do pensamento, colocando-as ao serviço do processamento de informação, o que ajuda na tomada de decisão e na resolução de problemas, o que, consequentemente, nos torna mais eficazes. Todas as emoções são importantes e todas possibilitam fazer algo de forma eficaz, até as que nos parecem mais negativas ou desagradáveis. O importante é termos em consideração a intensidade e a agradabilidade das mesmas e adaptá-las às características das tarefas que temos em mãos.
3. Compreender emoções
Esta é a capacidade de catalogar as emoções, compreender as mais complexas e a sua evolução ao longo do tempo. Implica reconhecer as suas causas, consequências e significado em cada situação. Isto permite antecipar como nos iremos sentir no futuro sob circunstâncias semelhantes.
4. Regular emoções
É o processo de maior complexidade. Trata-se da capacidade de gerir as emoções em nós e nos outros de forma eficaz e prudente para alcançarmos as metas e os objetivos esperados.
Cada uma destas capacidades leva o seu tempo e requer treino para ser dominada, sim, mas são elas que permitem que nos tornemos mais emocionalmente inteligentes e com melhor compreensão de nós e dos outros.